Meu Verso Vale Muito.

Meu Verso Vale Muito.
Revolução através das letras.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Dia de chuva

Dividindo o pão mofado
Entre a mãe, filho, pai e cachorro
Através da janela sem vidro
A garoa alimenta os olhos sobre o morro
La fora a chuva, olha o menino pisando nos pingos dela
Deixando o moleton largo encharcado
Sonhando banho quente
Mas na água de casa não terá seu amor do lado
Vale a corrida na chuva
Vale o beijo, e a satisfação no fim dela
Diz ae moleque, pra que esse papel na mão?
Nada não senhor, é pra conquista ela!
Rosa ele não conseguiu achar
Bolso vazio, chuva sem caixa de bombom
Para seu irmãozinho com fome, não recusou seu troco
Ao som dos pingos, criava suas rimas no tom
Na escolinha, consequência do caminho
A presença da inoscência contagiava a lembrança
Saudade da quadra e do céu azul da antiga escola
Mesmo sem ter deixado de ser criança
Em repite o eco na alma martelava a saudade
Pode o amor invadir o barraco e tomar de assalto seu coração
Caricias tomavam seu desejo, precisava daquele gosto
Ferindo a distância, pelo amor queimaria seus pés, se brasa fosse o chão
Cruzava a calçada, a pista molhada dizia o sinal
O pescoço no carro tinha brilho o dele engasgava
Um sorriso pode ser maior que o medo?
Em suas veias queimava o amor em cada esquina que ele alcançava
Tentava esconder da chuva seu papel
Segurou por si a lágrima para sua letra não borrar
As vezes achava que era cedo de mais pra viver um amor
É bom viver por alguém porque nunca é cedo pra amar
Coubesse milhões de palavras na folha
Ele ditaria o dobro se fosse para vê-la sorrir
Resistia a fome, a repressão
Mas ao amor, nem o mais forte guerreiro conseguiria resistir
O valor de uma vida, de poder existir, respirar fundo pela manhã
Sentir um amor, que vai além das palavras e das dificuldades
Ouvir a voz dessa pessoa e ter a confiança por seus lábios, te amo
Apagar por um segundo a choro das ruas com fonte nas caridades
Segue assim um amor bandido, sem dinheiro pra rosas
Mas com palavras de sobra, muitas delas pedindo um beijo
A sua sociedade não sabe pedir lincensa
O moleque guarda molhado de chuva, a razão da alegria no peito.


Rômulo Brunieri

Nenhum comentário:

Postar um comentário